Im.pulsa

Outubro 2, 2020. Por Im.pulsa

Assessoria de imprensa política

Este contenido forma parte del curso Como falar com a imprensa

Quem não é vista, não é lembrada!

Vamos ser sinceras: quanto mais a sua campanha aparecer, mais votos você pode conseguir. Por isso, saiba contar com a assessoria de imprensa política para sua! Ela pode ser uma grande aliada para tornar a sua campanha conhecida. A assessoria de imprensa faz o caminho da campanha até os grandes canais de informação.

Antes de tudo, vamos entender os veículos. Existem os de grande imprensa: que são os mais gerais, como os programas de televisão, jornais e portais que fazem o noticiário do dia a dia. Tem também uma imprensa especializada que é direcionada para um tipo de público específico, como revistas e jornais que falam sobre cultura, saúde, esporte ou comportamento. Já os veículos locais são os que cobrem e circulam apenas em regiões, bairros e territórios específicos. Todos eles são importantes e todos têm algo em comum: trabalham com notícias.

“Tá, mas o que isso quer dizer?”

Quer dizer que nem sempre aquela informação que é importante para você ou para sua campanha tem força dentro da mídia. Na maioria das vezes, a divulgação dessas informações vai ficar restrita aos seus canais próprios. Para sair na imprensa, é preciso ir além!

A notícia é algo de interesse público. É um acontecimento muito importante que impacta a vida de muitas pessoas, como pesquisas e acontecimentos inéditos. E para conquistar espaços na imprensa política, você pode tanto pensar em informações que têm força para ser noticiadas ou opinar sobre outras notícias que estão no calor do momento.

Com exemplos fica mais fácil entender:

1- Vamos imaginar que a sua candidatura tem propostas sobre a primeira infância, mas muitas outras candidatas também falam sobre esse tema, mesmo que com ideias diferentes. Provavelmente, vai ser muito difícil conseguir um espaço na imprensa política para falar sobre isso.

Só que, quando você estava construindo suas propostas para melhorar o atendimento das creches no seu território, você e sua equipe fez uma pesquisa para entender como necessidade. Buscaram o número de vagas atuais, o número de pessoas que não vão vagas e entrevistaram várias mães para ouvir que elas precisam. E esses dados são inéditos, pois o poder público da sua região não fez essa pesquisa. Isso é notícia!

 Você pode oferecer essa pauta aos jornais que cobrem o seu território, que vão usar os seus dados e entrevistar várias pessoas, como mães, uma autoridade e você. E assim você criou uma notícia, com a oportunidade de apresentar as suas propostas e conectar sua imagem a essa agenda.

Outro exemplo, bora?

2- A sua campanha tem um foco bem territorial e sua equipe de comunicação já entendeu que o canal de comunicação que vai funcionar melhor para apresentar suas propostas às eleitoras são as tradicionais carretas de som. Só que tem um detalhe: uma das suas principais pautas é a mobilidade e você tem posicionamentos bem definidos sobre a restrição de veículos motorizados na cidade. A confusão está formada.

Mas uma pessoa da sua equipe, que é do movimento das bicicletas, tem uma ideia brilhante de adaptar uma bicicleta para transportar uma caixa de som. Nasce assim uma “bicicarretinha”, uma super novidade. A ideia é tão diferente, que não só ganha como páginas dos jornais do seu bairro, como também vira reportagem do telejornal principal do seu estado. E sabe o que é mais legal? Isso realmente aconteceu na campanha coletiva d’As Muitas em Belo Horizonte, em 2016.

Como fazer? Na Prática:

O cenário dos sonhos é que essas atividades de assessoria de imprensa política sejam realizadas por uma profissional especializada, que pode ser voluntária ou contratada, mas que tenha na produção esses conteúdos e acesso a jornalistas e veículos. Mas aqui embaixo vamos explicar o melhor os cenários:

Basicona 

Tiraria uma carga grande das suas costas contar com alguém para fazer esse trabalho voluntário porque o contato com imprensa pode ser muito exaustivo. Essa pessoa precisa ter bom conhecimento sobre meios de comunicação no geral e um bom texto, além de organização. Ela fará uma busca ativa de mídias que falem com seu público, como jornais locais, blogs, influenciadores, podcasts e rádios comunitários; e fará o relacionamento com jornalistas.

Ideal

Contrate uma assessoria de imprensa política pelo menos para os últimos 30 dias ou conte com freelancers pontuais conforme a sua pauta estiver em alta. Por exemplo, se você falar sobre água numa cidade que está passando por falta dela, você precisa imediatamente conseguir espaço em grandes rádios e jornais para falar sobre o tema que domina.

Maravilha

Contrate uma assessora de imprensa política com experiência no momento em que decidir se tornar candidata. Ela já terá os continhos para garantir sua inserção para informar em jornais, rádios e revistas; sem contar publicações de artigos assinados por você para reforçar sua imagem como especialista no tema que mais defende.

Conheça as principais ferramentas:

Pautas, notas e lançamentos

São as principais ferramentas para divulgar suas informações para a imprensa. São feitas pela assessora de imprensa que faz parte da sua campanha ou uma pessoa que você considera que tem mais desenvoltura para esse trabalho. Ela apresenta as informações de forma que os jornalistas na redação estão acostumadas a receber para avaliação.
É muito comum que veículos pequenos, principalmente os digitais, publiquem lançamentos na íntegra.
O release é um resumo sobre o que você quer divulgar para enviar para outras jornalistas.

Artigos

A maioria dos jornais e sites têm espaços dedicados à artigos de opinião sobre variados assuntos, principalmente os relacionados às principais notícias do momento. É sempre positivo ter um artigo publicado porque dá notoriedade à quem o relatório.

Mapeamento de veículos e jornalistas

No jargão americanizado, o nome disso aqui é “mailing”. Trata-se de uma lista com nomes e contatos de jornalistas importantes que se interessam por divulgar suas pautas e artigos.

Acompanhamento atento

Tem outro jargão pra isso aqui, é follow-up. É o termo usado para os telefones que são feitos para uma lista de jornalistas para dar aquela leve pressionada e checar se os assuntos de uma sugestão de pauta enviada interessam; checar se precisa de mais informações sobre um tema que você está divulgando; Confirmar presença em uma entrevista coletiva ou evento para a imprensa.

Clipping

Esse aqui é difícil de substituir por uma palavra em português. Até quebramos a cabeça, mas não veio. O clipping é uma lista de matérias que saíram na imprensa sobre você – mas também pode verificar as notícias diárias sobre os seus concorrentes e sobre os temas que mais te interessam.
Existem empresas especializados neste trabalho, mas uma ótima ferramenta grátis para realizar essa atividade é o Alerts do Google (https://www.google.com.br/alerts). Você pode cadastrar palavras-chave e receber diariamente um e-mail com links de conteúdo. O importante é ser bem específico.
Por exemplo, se você cadastrar uma palavra como “primeira infância”, receba de notícias que não necessariamente são do seu interesse. Faça alertas somando diferentes palavras para gerar um filtro que possibilita receber o clipping só sobre aquilo que te interessa de verdade.

Encontros com Jornalistas

Este momento é perfeito para que outras jornalistas conhecem e sua opinião sobre diferentes assuntos. Esses encontros, que podem ser um café, um almoço ou até mesmo uma visita à redação, não necessariamente precisam falar sobre uma pauta.
A reunião que você faz hoje pode gerar uma oportunidade e entrevista depois, quando um jornalista para produzir uma matéria sobre determinado assunto e lembrar que você é uma opção para uma entrevista.

Coletiva

São declarações oficiais nas quais estão presentes jornalistas de vários veículos de comunicação. Elas geralmente são feitas em momentos de lançamentos ou declarações oficiais sobre temas de grande interesse público. São, coletivas são organizadas pela sua assessoria de imprensa.
Há uma modalidade especial de coletiva conhecida como “quebra-queixo”, que é quando os jornalistas rondam a entrevistada, todas de uma vez, para fazer perguntas diretas e sem tanta organização.

 

Dicas para Entrevistas

Antes de qualquer entrevista, repasse suas mensagens e os assuntos que você quer falar. Você pode até fazer uma colinha para se preparar. Com as mensagens em mente, com certeza você vai aproveitar melhor a oportunidade e passar o seu recado!

Os diferentes canais de imprensa, como site, rádio e televisão têm algumas características que você precisa saber. Vamos lá:

Jornais, Revistas e Sites

As redações estão a cada dia mais resumidas, o que torna cada vez mais incomum que os jornalistas saiam às ruas para voltar. As denúncias estão sendo mais feitas por telefone, e-mail ou até mesmo Whatsapp.
Durante uma entrevista, se você não entender a pergunta, não tenha em pedir para a repórter te explicar o que ela realmente quer saber.
Ao final da entrevista você sempre pode reforçar os pontos principais da mensagem que quer passar.

Rádio

Na maioria das vezes a atenção da ouvinte está dividida entre o rádio e outra coisa, por exemplo, dirigir. Para quem ouve, fica difícil absorver tudo. Por isso, fale sempre com muita transparência, de forma calma, na ordem direta, com frases curtas e de impacto.
Defina antes o que você quer comunicar à ouvinte. Diga o mais importante logo no início da entrevista. Se for o caso, outras questões colocadas, volte à sua fala principal e repita como mensagens.
Em declarar mais longo e ao vivo, vale você repetir sempre o ponto principal da sua mensagem, pois muitas vezes a pessoa pode ter ligado o rádio já na metade da sua entrevista.
No final, ao se despedir das ouvintes, sempre indique um canal de contato, como o endereço do seu site ou seu perfil nas redes sociais.

Televisão

Na TV, cada segundo é precioso, por isso, a compreensão do que você fala deve acontecer rápido. Por mais longa que seja uma entrevista, provavelmente seu tempo não ar não passará de 15 ou 20 segundos. Apenas matérias especiais ou programas de identificação, como os talk shows ou programas de debate, levam mais tempo do que isso. Portanto, não se prolongue, fale com transparência sua opinião. Em bilhar diga também sobre o assunto que gerou o interesse pela entrevista, sempre de forma direta.
Caso o seja convite para participar de um programa de estúdio, assista antes alguns programas para conhecer bem o formato, uma apresentadora e o público.
As câmeras e os equipamentos técnicos de televisão não devem ser o motivo de preocupação. Tente esquecer que eles estão lá. Concentre-se na repórter e responda às perguntas olhando para ela. Uma boa entrevista é aquela que se transforma numa boa conversa. Responda olhando para a câmera apenas quando você quiser reforçar uma mensagem ou passar um recado direto ao público. Tente levar como algo leve!

Faça Download

Para ficar ligada: continuar falando do assunto depois que a jornalista “terminar” a entrevista não é legal. Até existe no jornalismo uma expressão para isso, o off, que são informações confidenciais passadas à jornalista, mas que ela não pode divulgar. Cuidado! Jornalistas gostam de conduzir o assunto para um aparente papo informal para tirar da entrevistada o que ela provavelmente não diria numa entrevista formal.

Algumas jornalistas aparecem a entrevista justamente quando a entrevistada pensa que ela já acabou. Nesse momento, uma entrevistada pode abrir a guarda e começar a falar além da conta. As jornalistas não gostam de escrever apenas o que não está liberado que recebeu ou sobre as mensagens que você está preparada para passar – elas sempre vão querer buscar mais. Esteja preparada para que esse “mais” também seja a seu favor.

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Conteúdo:
Duda Alcantara, Marcelo Bolzan, Marina Frota e Tulio Malaspina

Redação:
Semayat Oliveira

Redação Final e Edição:
Dandara Lima e Victor Soares

Projeto:
Giulia Fagundes e Thaiz Leão

Facilitação:
Carol Delgado

Coordenação:
Alejandra Parra e Gabi Juns

 

Esses conteúdos foram desenvolvidos de forma colaborativa durante uma imersão, realizada em março de 2020, que contou com representantes de associações diversas.

 

Im.pulsa

Plataforma aberta e gratuita para inspirar, treinar e conectar mulheres, auxiliando-as a superar desafios políticos e produzir campanhas vencedoras. Oferece formação política para mulheres por meio de produtos práticos com linguagem acessível e afetiva. A Im.pulsa é feita por e para mulheres.