Por Juliana Barros e Dany Fioravanti
A equipe de transição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está formada. São 31 grupos técnicos, com 103 mulheres indicadas, em um total de 283 nomes. É uma média de 36% de representação feminina.
Um avanço, se comparado ao governo de Jair Bolsonaro. Na sua equipe de transição dos 217 anunciados na época, eram 36 mulheres e 183 homens, o que representa apenas 17% de participação feminina.
Sabemos que temos muito a avançar, mas esta lista é importante pois já nos dá pistas sobre como serão as composições dos ministérios do novo governo.
A equipe da pasta de Mulheres é a única exclusivamente feminina. Os grupos de Educação, Cultura, Direitos Humanos e Meio Ambiente têm paridade entre homens e mulheres. Os grupos Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Esporte, Igualdade Racial têm maioria de mulheres. Os demais grupos contam com mais homens do que mulheres, e o de Economia é composto apenas por homens.
Dos cinco cargos de coordenação do gabinete de transição, dois são ocupados por mulheres: a deputada Gleisi Hoffmann (PT) e a futura primeira-dama, Janja da Silva, que será responsável pela organização da posse do presidente eleito, junto com Gleidi Andrade.
Quem comanda a área de Desenvolvimento Social e Combate à Fome é a senadora Simone Tebet (MDB) ao lado de Márcia Lopes e Tereza Campello, as duas ex-ministras da área.
No Conselho Político duas mulheres se unem a Gleisi Hoffman e outros onze homens, são elas: Luciana (PCdoB) Santos e Eliziane Gama (Cidadania).
No Meio Ambiente, Marina Silva (REDE), Izabella Teixeira (sem partido), Marilene Freitas (sem partido) e Silvana Vitorassi (sem partido), compõem o grupo técnico em paridade com quatro homens.
Quem são as mulheres desta transição e onde atuarão?
Coordenação de articulação política |
| Gleisi Hoffman. |
Coordenação de organização da posse |
| Rosângela Silva (Janja); |
| Gleidi Andrade. |
Conselho político de transição |
| Luciana Santos; |
| Eliziane Gama. |
| GRUPOS TÉCNICOS |
Agricultura, pecuária e abastecimento |
| Katia Abreu; |
| Tatiana de Abreu Sá. |
Cidades |
| Ermínia Maricato; |
| Evanize Lopes Rodrigues; |
| Maria Fernanda Ramos Coelho; |
| Inês Magalhães; |
Ciência, Tecnologia e Inovação |
| Ima Vieira; |
| Iraneide Soares da Silva; |
Comunicações |
| Alessandra Orofino; |
| Helena Martins. |
Comunicação social |
| Antonia Pelegrino; |
| Helena Chagas; |
| Manoela D’Ávila; |
| Tereza Cruvinel; |
| Viviane Ferreira. |
Cultura |
| Áurea Carolina; |
| Lucélia Santos; |
| Margareth Menezes. |
Desenvolvimento Agrário |
| Célia Watanabe; |
| Elisangela Araújo; |
| Maria Josana Lima Oliveira; |
| Robervone Nascimento. |
Desenvolvimento Regional |
| Esther Bemerguy; |
| Raimunda Monteiro; |
| Tânia Bacellar. |
Desenvolvimento Social e Combate à Fome |
| Simone Tebet; |
| Márcia Lopes; |
| Tereza Campello; |
| Bela Gil. |
Direitos Humanos |
| Maria do Rosário; |
| Maria Victoria Benevides; |
| Margarida Quadros |
| Janaína Barbosa de Oliveira. |
| – Subgrupo da Infância |
| Maria Luiza Moura Oliveira; |
| Isabela Henriques. |
Educação |
| Andressa Pellanda; |
| Macaé Evaristo; |
| Maria Alice (“Neca”) Setúbal; |
| Priscila Cruz; |
| Rosa Neide; |
| Teresa Leitão. |
Esporte |
| Ana Moser; |
| Isabel Salgado*; |
| Marta Sobral; |
| Nádia Campeão; |
| Verônica Silva Hipólito. |
| * A ex-jogadora de vôlei de praia Isabel Salgado morreu na madrugada desta quarta-feira (16), dois dias após ser indicada para participar do grupo de transição, aos 62 anos. Na terça, ela havia sido diagnosticada com uma bactéria no pulmão. |
Igualdade Racial |
| Nilma Mino Gomes; |
| Givania Maria Silva; |
| Iêda Leal; |
| Preta Ferreira. |
Indústria, Comércio e Serviços |
| – subgrupo das Pequenas Empresas |
| Tatiana Conceição; |
Infraestrutura |
| Fernandha Batista; |
| Miriam Belchior. |
Justiça e Segurança Pública |
| Camila Nunes; |
| Carol Proner; |
| Jacqueline Sinhoretto; |
| Marta Machado; |
| Sheila Carvalho; |
| Tamires Gomes Sampaio. |
Juventude |
| Bruna Chaves Brelaz; |
| Kelly Santos Araújo; |
| Nádia Beatriz Martins Garcia; |
| Sabrina Santos. |
Meio Ambiente |
| Izabella Teixeira; |
| Marilene Correia da Silva Freitas; |
| Marina Silva; |
| Silvana Vitorassi. |
Minas e Energia |
| Magda Chambriard. |
Mulheres |
| Anielle Franco; |
| Roseli Faria; |
| Roberta Eugênio; |
| Maria Helena Guarezi; |
| Eleonora Menicucci; |
| Aparecida Gonçalves. |
Pesca |
| Antonia do Socorro Pena da Gama; |
| Flavia Lucena Fredou. |
Planejamento, Orçamento e Gestão |
| Esther Duek. |
Povos Originários |
| Célia Xakriabá; |
| Joenia Wapichana; |
| Juliana Cardoso; |
| Sonia Guajajara. |
Previdência Social |
| Jane Berwanger. |
Relações Exteriores |
| Monica Valente. |
Saúde |
| Lucia Souto; |
| Ludhmila Hajjar; |
| Maria do Socorro de Souza; |
| Nísia Trindade Lima; |
| Regina Fátima Feio Barroso. |
Trabalho |
| Laís Abramo; |
| Patrícia Vieira Trópia; |
| Sandra Brandão. |
Transparência, Integridade e Controle |
| Claudia Aparecida Trindade; |
| Vania Vieira. |
Turismo |
| Carina Câmara; |
| Marta Suplicy; |
| Chieko Aoki. |
Como funciona a transição?
A lei 10.609/2002 regulamenta a equipe de transição, que pode ser nomeada a partir do 2º dia útil após o turno que decidir as eleições presidenciais. O período de transição entre duas gestões dura dois meses. É nesta etapa que a equipe do presidente eleito obtém informações em detalhes sobre a situação das contas públicas, do processo de execução orçamentária, de políticas públicas, assim como da estrutura de instituições federais e órgãos da administração pública.
Segundo a lei, apenas 50 cargos da equipe de transição podem ser nomeados, os demais devem atuar como voluntários.
Sabemos e reafirmamos que sem igualdade de gênero não há real democracia. Por isso estamos de olho neste processo e sempre cobrando por maior representatividade. Que a gente continue avançando e que a diversidade esteja presente nos ministérios do futuro governo.
Dany Fioravanti é comunicadora ativista com 13 anos de experiência e pós-graduanda em políticas do cuidado e gênero pelo Clacso (Conselho Latino-americano de Ciências Sociais). Atuou na Teto, na SPM-Rio e está coordenadora de comunicação da Im.pulsa.
Sobre as autoras:
Juliana Barros é jornalista formada pela UFMS e trabalha com comunicação política há oito anos. É diretora de comunicação da Elas no Poder e faz parte da diretoria da Im.pulsa desde 2020.
