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14 dicas rápidas de comunicação que vão te ajudar na sua campanha eleitoral.

Por Luna Costa

Vamos de dicas rápidas para conquistar mais votos na sua campanha eleitoral?

Essas 14 dicas vão te ajudar na conquista de votos, fazendo uma comunicação eleitoral e política muito mais mobilizadora e estratégica.

1. Se você não mobiliza emoções, você não mobiliza nada.

Há uma máxima na comunicação política que diz: venda o brownie, não a receita. A história a ser contada é como o brownie está ligado ao bem estar, à memória afetiva e à felicidade, e não a receita, como quantidades de ovos, manteiga e farinha. Mobilizar emoções não quer dizer também fazer uma narrativa completamente lúdica. É possível mobilizar emoções e fazer propostas tangíveis e conectadas à vida real, como se deve ser.

Veja o exemplo da campanha de Alexandria Ocasio nos Estados Unidos, em 2019.

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2. Mostre que a sua campanha está cheia de gente mobilizada.

Ver que muitas pessoas estão juntas na campanha faz com que mais pessoas queiram se juntar. Isso também corrobora que a sua candidatura é uma candidatura coletiva. Aos poucos, você vai gerando o sentimento do efeito manada e as pessoas vão junto ao verem pessoas juntas.

3. Conte a sua história conectando com o seu público.

Quando você fala de si, você também fala do mundo, mostre que a sua história conecta com mais as de tantas outras pessoas. As pessoas se conectam por histórias e precisam se identificar. 

Veja o exemplo da campanha de Marielle Franco no Rio de Janeiro, em 2016.

4. Pesquise e meça tudo o que puder.

Muitas vezes gastamos tempo e investimos recursos no tempo corrido da campanha e nem sabemos se de fato aquela comunicação está funcionando. Tem muitas ferramentas gratuitas, até das próprias plataformas, que mostram como foram as métricas de cada peça. Fique atenta a essas métricas e aprofunde no que deu certo.

5. Dê abertura e mostre os caminhos como as pessoas podem se engajar na campanha.

Apresente ações escalonáveis e escaláveis que as pessoas podem fazer, como por exemplo: entrando no grupo do WhatsApp/Telegram, recebendo chamados por email, compartilhando os conteúdos nas redes, recebendo material e distribuindo no seu território, sendo voluntário da campanha. Nos grupos de WhatsApp, é possível também fazer missões diárias/semanais para quem estiver mais engajado, como por exemplo: virar o voto de três pessoas que você conhece, conversar com as pessoas no trabalho ou na faculdade, conseguir 5 doações para a campanha, e por aí vai. 

Veja o exemplo da campanha da Francia Marquez na Colômbia, em 2022.

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6. Massifique o número da chapa e o seu rosto em todos os lugares.

Seja na foto de perfil, no nome do usuário, nos adesivos, nos panfletos e em especial no jingle, o número da chapa precisa estar presente e em destaque. 

7. Ponto de quebra: traga elementos que humanizem a candidata.

Em geral, as pessoas costumam ter um olhar não muito favorável para políticos. Então tente baixar as barreiras, um ponto de quebra, trazendo características e hábitos reais da candidata que ajudem a humanizá-la e a conectar com seu público. É muito importante que esses hábitos sejam reais e não fique forçado, como o famoso comer pastel na feira dos políticos em época de campanha.

Veja o exemplo da campanha da Francia Marquez na Colômbia, em 2022.

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8. Nem sempre a protagonista tem que ser a candidata. As personas são suas aliadas.

Algumas peças podem focar mais nas personas, figuras que simbolizam determinados públicos da campanha. Às vezes é muito mais eficiente do que mostrar o candidato em certa situação que fica forçado. Além disso, isso mostra que a sua candidatura representa uma coletividade. 

Veja o exemplo da campanha da Francia Marquez na Colômbia, em 2022.

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9. Mapeie redes de ampliação e influência: figuras públicas, movimentos e coletivos.

Ao longo dos anos, nós e as pessoas que constroem as campanhas vamos construindo redes e vínculos com uma série de pessoas, figuras públicas de partidos, movimentos e coletivos. Essas atrizes e atores nos ajudam a expandir o alcance da nossa comunicação e potencializam muitas ações. Não deixe de mapeá-los, como em uma planilha, e ativá-los para fazer ondas de compartilhamentos de peças de comunicação ou até mesmo sugerir vídeos de apoio para a campanha. Esse é um exercício para todas e todos da campanha fazerem. 

10. Impulsione com estratégia.

Hoje em dia é muito comum os anúncios nas redes sociais, mas pensar em impulsionamento em comunicação política é definir qual tipo de peça é melhor ser impulsionada de forma que o objetivo seja o engajamento e canalizar quem recebe o conteúdo para algum local ou ação. 

Então, vale impulsionar peças maiores da campanha, como um vídeo da bio da candidata ou o vídeo conceito da campanha, mas que no texto do anúncio tenha uma forma das pessoas se engajarem, que pode ser convidando a conhecer mais e ir para o site ou se inscrever para receber chamados da campanha. Outra peça a ser impulsionada visando o engajamento pode ser a chamada para algum comício ou agenda da campanha, em que se irá canalizar a ação para as pessoas participarem de um encontro.

11. Tente fazer táticas de engajamento fora da caixa.

Na correria do dia a dia, às vezes ligamos no automático e esquecemos de ativar a nossa criatividade. Pensar em ações e táticas de engajamento diferentes, em especial aquelas presenciais, nos ajudam a baixar a barreira de possíveis eleitores, ativar questões lúdicas e o imaginário daquilo que queremos mobilizar. 

Veja o exemplo de mobilização do madato de Alexandria Ocasio nos Estados Unidos.

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12. Responda as dúvidas e os comentários, mas não alimente os trolls.

Interaja sempre, seja para agradecer e celebrar os apoios, seja para tirar dúvidas. Isso será importante para converter aqueles que estão indecisos ou apenas repetindo algo que ouviu. Mostre também que tem pessoas respondendo e não uma instituição. Até os BOTs (robôs virtuais) imitam pessoas. Em especial durante uma crise, é preciso responder rápido, de forma transparente, com coerência e usando exemplos concretos.

13. Construa a sua teoria da mudança e o fio narrativo da sua campanha.

A narrativa é o coração da comunicação política. Ela é a moldura que vamos dar para a história que vamos contar e que irá mobilizar emoções. Construir uma narrativa de jornada coletiva, que comece apresentando o contextos e os desafios, e mostre as saídas para solucionar estes problemas, ajudam a engajar e a persuadir o seu público. Para isso, é importante criar uma sensação de causa e consequência, ou seja, que somente conseguiremos alcançar a solução se a pessoa se juntar e agir junto. Abaixo tem exemplos de como você pode ajudar a construir a jornada coletiva e como construir a teoria da mudança.

14. Não esqueça do convite, termine sempre com um chamado para ação.

Ao terminar a sua narrativa e construir a sua teoria da mudança, faça sempre um convite. Fazer diretamente esse chamado contribui para o engajamento das pessoas e para alcançar o objetivo que queremos de mobilização. Há uma curva de engajamento, que cruza tempo e esforço, conforme mostra o gráfico abaixo, que você pode ir construindo aos poucos com a rede de pessoas e voluntários que apoiam a campanha. Conforme for passando o tempo, você pode aumentando o grau de complexidade do chamado. 

 

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Estratégia de comunicação eleitoral

Quais são os primeiros passos a dar para desenhar uma boa estratégia de comunicação para a campanha

 

Sobre a Autora: Luna é comunicadora, formada em Comunicação Social, com extensão em Mídia, Violência e Direitos Humanos na UFRJ, mestranda em Cultura e Territorialidades pela UFF, e pesquisadora no Grupo de Estudos sobre Comunicação, Cultura e Sociedade. Trabalha há 7 anos com comunicação política, trabalhou na campanha à prefeitura de Marcelo Freixo e Luciana Boiteux em 2016, foi assessora de comunicação no mandato da vereadora Marielle Franco e coordenadora de comunicação no mandato da Deputada Estadual Monica Francisco. Em 2021, foi consultora nacional de comunicação na ONU Mulheres na área de enfrentamento à violência contra mulheres e meninas e atualmente é gestora de comunicação no Instituto Marielle Franco. É também cofundadora da CHAMA, agência-rede de profissionais de comunicação e mobilização.