Im.pulsa

Im.pulsa

Voluntariado nas redes e nas ruas (com segurança!)

Privado: Campanha de rua em tempos de distanciamento social

Em tempos de pandemia os brasileiros tiveram que lidar com adaptações diversas em diversas áreas (trabalho, escola, academia etc.), e nas alterações não será diferente. Neste texto, vamos entender como é possível colocar sua campanha eleitoral nas ruas pra jogo;)

 

As campanhas online das eleições de 2020 estão impondo novos desafios aos seus candidatos. Há o primeiro diferencial, que já vem se mostrando como um desafio novo desde os últimos pleitos eleitorais, e que vem com ainda mais força esse ano, que é o uso das redes sociais para fazer campanha eleitoral. Pesquisas realizadas em 2019 dizem que chega a 45% do eleitorado, as pessoas que escolhem e decidem os seus candidatos pelas redes sociais. Esse indicador cresce ainda mais quando se trata da população jovem (16 a 29 anos), chegando a ultrapassar a marca dos 50%1 nesse recorte.

Porém, uma boa campanha eleitoral não pode ser feita só online, já que há um vasto público a ser conquistado de forma presencial. Isso leva os candidatos e sua equipe a terem que colocar literalmente sua cara no sol e suas vozes nas ruas. Até aí, tudo bem! Campanhas sempre foram feitas assim, né? Desde antes da Internet, inclusive.

Mas ninguém contava com 2020, o ano da pandemia mundial do Coronavírus, do difícil isolamento social geral. Agora, em tempos das mudanças no Brasil, está havendo uma melhora  nos indicadores das taxas de contaminação, ou seja, o número de infectados e mortos por Covid estão diminuindo diariamente. Isso, está levando as atividades ao benefício e sociais, pouco a pouco, sendo re-qualificada e / ou reconfiguradas para essa nova situação.

Mas mesmo frente a esse contexto, não podemos esquecer que ainda estamos convivendo com o vírus e que precisamos tomar muito cuidado pessoal e coletivo em qualquer atividade que nos propomos a fazer. E é por isso que criamos essa cartilha! A meta é ajudar com o desafio do momento: como aproximar as pessoas das nossas campanhas em um momento de distanciamento social.

Voluntários na saúde e na disposição, até que a Urna os separe.

Para além de fazer o chamado tradicional de voluntários para ações de rua, da forma que a sua campanha achar mais adequado, sugerimos que seja feito uma checagem mais próxima às ações das ações, buscando averiguar a saúde dos mesmos e das pessoas com quem convivem nesse prazo mais próximo possível do momento de interação. 

Para isso, talvez seja necessário fazer mais de uma média com os mesmos voluntários (que vão se envolver de forma não pontual) para ações em dias ou semanas diferentes, buscando garantir a segurança, na medida do possível.

É importante que seja enviado um formulário simples para cada ação de rua buscando averiguar informações como: se já teve ou não COVID, se alguém teve ou não COVID nos próximos 21 dias, se você ou não população de risco, se convive de forma direta com alguém que seja população de risco e caso sim, se está ciente dos riscos, além de uma checagem de possíveis sintomas nos últimos dias. Esse formulário tem por função buscar a prevenção do grupo, e assegurar que a equipe de campanha está tomando todas as precauções possíveis.

Pré produção para as ruas:

É muito importante que seja criado um pequeno guia com as instruções de como ir para as ruas, podendo ser um impresso simples, uma mensagem de Whatsapp ou um e-mail. Importante evidenciar o que é responsabilidade individual, ou seja, do voluntário levar e o que é de responsabilidade da campanha, de forma bem explícita. A ideia é demonstrar cautela, preocupação e cuidado com todos. Seguem algumas sugestões de pontos delicados:

Responsabilidade Individuais – Dos voluntários:

Responsabilidade da Campanha:

Protegidos e Avante! – Indo para as ruas:

Ideias para o Panfletaço:

Falamos todos a mesma língua? – Agora é hora de alinhar o discurso à prática!

Agora que você já está com os voluntários prontos para ação, estratégia de abordagem definida e os kits distribuídos, que tal ter certeza que todos sabem como agir e o que falar?   

Os dois conteúdos que podem ser materializados em um vídeo curto ou um guia simples em tópicos. Os temas são:

A Estratégia de abordagem: em um formato de vídeo simples ou um pequeno guia em comum, falando sobre como você gostaria que sua equipe se comportasse nas ruas e porquê essas escolhas. Esse material precisa ser convidativo, amigável e estimulante. Precisa ser distribuído de forma simples e rápida. Você pode gravar um vídeo de um dia seu fazendo campanha nas ruas, para mostrar de forma tangível sobre o que está falando.

Vale apresentar o que “pode ​​e não pode”, porque as pessoas desconhecem as rígidas e exigidas leis eleitorais. Exemplos: Não pode colar adesivos, cartazes etc. em pontos de ônibus, espaços públicos. Não pode panfletar em parques públicos e espaços fechados. Não pode doar materiais, comidas etc. E assim por diante. 

Conteúdo da Campanha e da Candidatura

Dica: quem está panfletando pode tornar a comunicação mais pessoal e contar porque ela acredita na candidata.

Alegria e Confiança! 

Animação, energia, postura e criatividade também ajuda sua panfletagem a ser um sucesso! Seguem dicas para o tempo de voluntários:

Conteúdo revisado em 14 de dezembro de 2023.

  1. https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/quase-metade-dos-brasileiros -usa-rede-social-para-definir-voto-indica -datasenado /

Como fazer eventos de treinamento para voluntários

Voluntárias valem ouro, certo? CERTO! Dito isso, precisamos ressaltar que elas não devem ser só um apoio operacional, elas precisam também ser engajadas, motivadas e, sobretudo, uma extensão do seu rosto e da sua voz, candidata!

Para criar esse espírito de disposição e interesse nas suas voluntárias e voluntários é importante que você faça eventos presenciais para engaja-los e alinhá-los com o seu projeto político. Então bora aprender e começar a motivar essa galera? Pra já! Nesta videoaula, Marina Frota vai te dar um help!

Formada em Arquitetura e Urbanismo, é gerente de Projetos na ONG Atados onde trabalha desde 2013. Mas já atua com gestão e mobilização de voluntárias e voluntários há 10 anos, tem pessoa melhor para falar disso? Vem com a gente!

Modelo de Formulário para Voluntárias

Voluntárias são tudo para uma campanha, candidata! Nós temos alguns Guias explicando o papel delas, como mobilizá-las e engaja-las. Se você já está por dentro de tudo isso, aqui encontrar uma ferramenta que fará a diferença nesse processo.

Criamos um exemplo de formulário padrão para voluntários. A ideia dele é mapear, de uma maneira fácil, a disponibilidade dessas parceiras e em quê elas podem colaborar. Ao clicar aqui embaixo, o arquivo será aberto no seu Google Drive . Daí, basta você fazer uma cópia dele para usar como quiser, colocando a sua personalidade! 

Confira o material

Modelo de Formulário

Nota: para poder utilizar esse formulário do Google – editando e customizando à vontade com a necessidade de sua campanha – primeiro é preciso salvar uma cópia, ou seja, uma nova versão da planilha no seu Drive. 

Para isso, basta acessar o menu principal (onde ficar os 3 pontos) e selecionar “Fazer uma cópia” Assim, é só escolher um novo nome para seu formulário e pronto, ela está salva no seu Drive e aberto para ser editado à vontade e exclusivamente por sua equipe. 

***

Conteúdo:

Alejandra Parra, Caio Tendolini, Flávia Tambor, Emília Marinho, Karin Vervuurt e Luciana Paes Elmais

Redação:

Victor Soares

Esses conteúdos foram desenvolvidos de forma colaborativa durante uma imersão, realizada em março de 2020, que contou com representantes de diversas organizações.

 

Modelo para Gestão de Contatos de Voluntárias

A ideia desta listinha é, basicamente, reunir em um só lugar todas as pessoas que podem te auxiliar durante a sua campanha. Sejam elas amigas, ex-colegas, vizinhas, familiares próximos e distantes; ou até mesmo pessoas desconhecidas que responderam ao seu chamado via redes sociais porque acreditam na sua campanha e em você. É muito importante que todas essas pessoas estejam em um único documento.

Afinal, assim fica mais fácil de coordenar ações como, por exemplo, um compartilhaço (compartilhamento em massa) de alguma postagem sua nas redes sociais; ou um bandeiraço em uma avenida importante da cidade! Veja nosso exemplo, copia para o seu Google Drive e mãos na massa, candidata!

Confira o material:

Acessar Lista

***

Conteúdo:

Alejandra Parra, Caio Tendolini, Flávia Tambor, Emília Marinho, Karin Vervuurt e Luciana Paes Elmais

Redação:

Victor Soares

Esses conteúdos foram desenvolvidos de forma colaborativa durante uma imersão, realizada em março de 2020, que contou com representantes de diversas organizações.

Conteúdo revisado em 14 de dezembro de 2023.

Roteiro para Encontros com Voluntárias

Para manter suas voluntárias engajadas e apresentar suas propostas sem ruídos, é sempre bom marcar encontros ! Vale tudo, desde jantar até churrasco, na sua casa ou de uma colaboradora. O que vale é reunir!

Pensando nisso, elaboramos uma ferramenta para ajudar a planejar o evento ideal! Temos dicas para definir o tipo de encontro com base em suas escolhas, como escolher o local do encontro e até um script do que não deve faltar para que ele seja bem sucedido! Vem ver!

Confira o material:

Acesse o roteiro

***

Conteúdo:

Alejandra Parra, Caio Tendolini, Flávia Tambor, Emília Marinho, Karin Vervuurt e Luciana Paes Elmais

Redação:

Victor Soares

Esses conteúdos foram desenvolvidos de forma colaborativa durante uma imersão, realizada em março de 2020, que contou com representantes de diversas organizações.

Conteúdo revisado em 14 de dezembro de 2023.

Mobilizando voluntárias – Tabata Amaral (2018)

Voluntárias são fundamentais em uma campanha, principalmente se você tiver poucos recursos financeiros. Essa força é essencial para diversas áreas estruturais, como comunicação e mobilização.

Ter voluntários em uma candidatura já é sair a frente na largada, porque, além de capital humano, elas a todo tempo você faz lembrar que existem pessoas que se identificam com o seu projeto e a sua candidatura, a ponto de doar tempo e recursos para alcançar objetivos com você, já pensou nisso? 

Mas para ter esse pessoal é preciso esforço. É necessário tempo para mobilizar, capacitar, acompanhar e gerenciar todo o mundo. Um exemplo de gestão de voluntários que deu certo é a campanha de Tabata Amaral que mobilizou pessoas em todo o estado de São Paulo durante sua campanha para deputada federal por meio das redes sociais e pelo WhatsApp. Vamos saber como trabalhar? 

Diferentes voluntários

Durante a campanha, a equipe de Tabata contou com diferentes grupos de voluntários. A primeira era composta por pessoas mais próximas e realmente engajadas, a nível de utilização de folgas de trabalho para ajudar. Esses voluntários toda candidatura deve ter. São pessoas que realmente enfrentam o seu projeto como se fossem deles, que conhecem a sua história e apoiam todo o custo da sua jornada. 

Quem tem gente assim, já sentiu um quentinho no coração, né?

Uma dica para manter essas voluntárias é simples: cuide delas! Esses são aqueles que você, como candidato, tem que ficar em contato para sempre. É uma boa dica fazer metas para falar com 10 ou 20 horas por dia, mandar uma mensagem, para manter um contato frequente. Essas opções são puro ouro, porque têm disposição e também transmitem esse sentimento para outros! 

O segundo grupo de voluntários foi construído aos poucos, através das redes sociais e ao longo da campanha. A estratégia para conquista-las, o princípio, é simples: a equipe de comunicação da Tabata criou posts nas redes sociais perguntando se pessoas tinham interesse em receber materiais de campanha para divulgar a candidatura. Eles enviaram um pequeno kit para a casa do eleitora que manifestou interesse em receber. 

Além do material, essas pessoas receberam pelo WhatsApp orientações para panfletar próximo aos locais do público da campanha, como em faculdades, onde há jovens movidos pela vontade de renovação política. 

Essas pessoas pediram os kits por um WhatsApp da campanha e, também através dele, uma equipe sugeriu que esses apoiadores criassem grupos com amigos para ajudar a divulgar a campanha da Tabata. 

Dentro do grupo, também ficou um membro da equipe da candidatura, que respondia dúvidas sobre essas competições e compartilhava conteúdos exclusivos feitos para os grupos de WhatsApp. Os conteúdos eram simples, como áudios e vídeos agradecendo o apoio. Dessa forma, foram criados pequenos grupos de voluntários ao redor do estado de SP.

Foram tantos grupos que um dos principais problemas da equipe foi gerenciar a logística para dialogar com todos. Então, foram designadas pessoas para ficar acompanhando a entrega desses pedidos e o fluxo dos grupos de WhatsApp. 

Como fazer

Exemplos de Postagens

Exemplos de texto de mobilização

“Nossos materiais estão todos prontos e estão lindos! Quer receber nossos adesivos, panfletos, folders e tudo mais em sua casa para distribuir entre os amigos? Mande um WhatsApp para gente: (XX) XXXX-XXXX”

Resultados práticos 

Mais de 200 grupos de WhatsApp foram criados por apoiadores e voluntários de Tabata que foi eleito, aos 26 anos, com 264.450 votos e é deputado federal por São Paulo. 

Quer contar sua história?

Se você já foi candidato e teve alguma experiência em sua campanha que deseja compartilhar para inspirar outras mulheres candidatas, mande um e-mail relatando tudo isso para contato@impulsa.voto. Não esqueça de informar também o seu telefone pra gente retornar o mais rápido possível 😉

Conteúdo atualizado em 14 de dezembro, de 2023. 

Calendário Eleitoral: Comunicação, Mobilização e Voluntárias

O Calendário Eleitoral define rigidamente o andar de uma campanha com prazos importantes , como: o limite para filiação partidária, o prazo para registro de candidatura, o período em que são permitidas como convenções das legendas e também como datas dos turnos da eleição.

Coisa demais para lembrar de cabeça! Então, se liga nesse calendário Eleitoral que organizamos com carinho para você se planejar e não perder nada!

Confira o material:

Acessar Calendário

***

Conteúdo:

Alejandra Parra, Caio Tendolini, Flávia Tambor, Emília Marinho, Karin Vervuurt e Luciana Paes Elmais

Redação:

Victor Soares

Esses conteúdos foram desenvolvidos de forma colaborativa durante uma imersão, realizada em março de 2020, que contou com representantes de diversas organizações.

Conteúdo revisado em 14 de dezembro de 2023.

Comitê voluntário domiciliar – Marina Silva (2010, 2014 e 2018)

Existem inúmeras formas de voluntárias ajudarem em uma candidatura – já te falamos algumas por aqui. Uma forma bem inovadora é a de transformar a própria casa em um comitê voluntário de campanha. Já ouviu falar nisso? Essa é a premissa do projeto Casas de Marina, uma iniciativa criada em 2010, e replicada nas campanhas à presidência da República de Marina Silva em 2014 e em 2018. 

Fica por aqui que vamos te explicar direitinho o que é esse projeto e como reproduzir essa ideia na sua campanha! E vale a pena? Vale demais! É uma estratégia muito legal para candidaturas de baixo custo porque amplia a presença da candidata em áreas onde o partido não tem sede própria, por exemplo.

E o que são as Casas de Marina? Bom, basicamente, eleitoras se oferecem voluntariamente para transformar o próprio lar em um comitê de campanha para a candidata. Nesses locais são distribuídos materiais de propaganda, são coletadas doações e também servem como espaço para receber eventos, rodas de conversa e reuniões para apresentação do projeto da candidata aos moradores daquele bairro. 

“Acreditamos que as nossas redes começam nos nossos laços mais próximos. Então, por que não começar falando da candidata com a nossa família, nossos vizinhos, dentro da nossa casa? Criando, assim, uma rede de apoio para a campanha”, Rafael Santos, coordenador do projeto Casas de Marina em 2018.
 

Como fazer

Para pôr em prática esse projeto, a campanha da Marina organizou um espaço no site da campanha exclusivo para voluntárias se registrarem e cadastrarem suas casas como um comitê voluntário. Neste endereço, também era possível procurar a Casa de Marina mais próxima da sua casa para participar das reuniões e encontros. 

Ao fazer o cadastro no site, a voluntária recebia acesso à materiais como banners, para indicar que ali era uma Casa de Marina, além de um manual com diretrizes para a anfitriã da casa. Nele, havia algumas dicas de atividades que poderiam ser feitas no espaço. Eram elas:

  1. Rodas de conversa: convidar amigas e amigos, familiares e vizinhas e vizinhos para irem ao local para encontros informais. A dica aqui era realizar o encontro do lado de fora da casa, assim pessoas da rua poderiam participar também. 
  2. Caminhadas ou bicicletadas: convidar pessoas para participarem de uma caminhada ou bicicletada pelo bairro que comece e termine na Casa de Marina. Elas faziam o trajeto segurando cartazes da campanha com bicicletas adesivadas.
  3. Incentivo à doação: convidar pessoas para doarem para a campanha. As anfitriãs de cada Casa de Marina tinham acesso a um manual de como pedir doação para a candidata. 
  4. Distribuição de materiais de campanha: ir até a um comitê oficial de campanha para recolher materiais que pudessem ser distribuídos na casa. As anfitriãs também recebiam as versões digitais dos materiais para imprimirem por conta própria, respeitando as regras da legislação eleitoral. 

Segundo Rafael Santos, que trabalhou no projeto em 2010 e 2014 e foi coordenador da iniciativa em 2018, as pessoas recebiam material de campanha, mas também eram convidadas a produzir seus próprios materiais, imprimir em casa, fotografar reuniões, fazer vídeos e publicar nas redes sociais usando as hashtags da campanha. Assim, esse conteúdo também poderia ser replicado nas páginas oficiais da candidata.

“Dessa forma, nós alcançamos vários objetivos. A gente educava a pessoa em como fazer campanha nas suas redes sociais e também gerava conteúdo orgânico para a rede oficial da campanha. Tudo isso de forma muito natural, fazendo essas pessoas se sentirem parte do processo”, Rafael Santos, coordenador do projeto Casas de Marina em 2018.

Além do manual das Casas de Marina, a equipe oficial da campanha também criou manuais do voluntário e da militância digital. Assim, as voluntárias ficavam cientes das regras da Justiça Eleitoral do que poderia ou não ser feito e também alinhadas com as diretrizes da campanha. 

Exemplos de materiais

A maioria dessas voluntárias chegava até esse projeto por meio das redes sociais ou de outras apoiadoras da campanha. Segundo Rafael, por essa razão o projeto foi tomando uma dimensão de forma muito orgânica e, por isso, muitas outras candidatas e candidatos adversários tentaram reproduzi-lo. 

A dica aqui é que se crie uma ligação com a eleitora e com o eleitor, que se fale em pautas, que ouça o que elas e eles têm a dizer, engajando essas pessoas de verdade. Apenas criar o projeto, divulgá-lo nas redes sociais por meio de impulsionamento pago não vai adiantar. Ninguém deixará as portas da casa aberta durante todo o período eleitoral em prol de uma campanha que não acredita ou não se identifica. 

“Projetos semelhantes não deram certo porque não foram orgânicos. ‘Vou investir dinheiro, vou impulsionar e vai dar certo’. Não, não é assim que funciona. As redes sociais são um trabalho muito sério e precisam ser entendidas como uma ferramenta impulsionadora, mas não substituem a mobilização de pessoas, o cuidado, o saber ouvir. O que precisamos criar no Brasil é uma cultura para evitar esse uso de robôs, de agressão, de só colocar dinheiro nas redes sociais. Falem pautas, cheguem nas pessoas”, Rafael Santos, coordenador do projeto Casas de Marina em 2018.
 

Outra dica é que a candidata se organize para visitar essas casas de acordo com a sua agenda de campanha. Por se tratar de uma campanha a nível nacional, Marina não pôde visitar todas as casas. Mas a equipe sempre tentava encaixar visitas às casas que estavam próximas a outros compromissos oficiais da candidata. 

Por se tratarem de estruturas variadas, algumas residências de voluntárias eram apartamentos ou até de chão batido. Essas visitas não eram grandes eventos. Ao contrário, geralmente eram mais intimistas, como um café com o núcleo da família. 

RESULTADOS PRÁTICOS

Em 2010, mais de 2.500 pessoas abriram suas moradias para divulgar a campanha de Marina. Em 2014, a iniciativa teve mais de 5 mil casas pelo Brasil. Em 2018, esse número foi de 1.200.

Marina Silva não foi eleita, mas recebeu 1.069.577 de votos.