Im.pulsa

Primeiros passos da estratégia de campanha eleitoral

Sobre a trilha Compartir la guía

Nestes três guias você vai ficar por dentro de estratégias que podem te ajudar em sua campanha eleitoral. Com o uso de ferramentas de transformação social entre o diálogo e a articulação, noções de bom planejamento e fatores-chave para campanhas de sucesso.

Setembro 20, 2022. Por Im.pulsa

Campanhas eleitorais para transformar a realidade

Por Javiera Martínez

Quando falamos em campanhas eleitorais capazes de mudar a realidade, estamos falando de situações onde a ação política é colocada no centro do processo, como ferramenta de transformação social. Neste contexto, as campanhas eleitorais são entendidas como instrumento de diálogo e articulação, podendo ser consideradas catalisadoras de transformações.

Em uma campanha eleitoral, a transformação dos objetivos em realidade é o principal objetivo da estratégia.

Nós gostamos de campanhas políticas?

Sim, gostamos! Porque elas representam uma oportunidade para falar e dialogar com as pessoas sobre o nosso projeto político. As campanhas políticas também permitem contrastar opiniões e críticas, organizar os grupos sob um objetivo específico, conectar e unir mais pessoas, além de mobilizá-las por meio de crenças semelhantes na sociedade.

As campanhas são momentos de união de forças institucionais, em que se disputa e se desenha um futuro cenário político e social. É quando a temperatura política aumenta e, portanto, as pessoas estão mais inflamadas a cobrar e a colaborar. 

Onde as campanhas acontecem? Qual é a importância da estratégia?

Onde nos encontramos com os eleitores e estabelecemos nossas relações?

Esse lugar se divide em duas grandes categorias, que vamos chamar de “ar” e “terra”.

O ar

Cartazes em vias públicas, publicidade em RSS, slots de televisão, publicidade no rádio… Podemos definir o “ar” como tudo o que chega às pessoas por meio do mundo, mas não é necessariamente por meio de uma interação pessoal específica ou dirigida particularmente a alguém.

A terra

Aqui podemos citar o contato telefônico como parte da conexão um a um. Aquele cara-cara com o eleitor, sabe?

Um é mais importante do que o outro? 

Isso depende da estratégia de campanha definida.

Todas as ações e mensagens que se estabelecem no campo do “ar” permitem a comunicação de massa. Elas facilitam a visibilidade, imprimindo um tom de campanha e a figura do candidato no espaço público.

Já a interação no campo da “terra” é decisiva na mobilização do eleitor, uma vez que é no contato direto com os eleitores que se estabelece a real interação específica. Ela permite conversas que se enquadram em temas particulares do eleitor, promovem o relacionamento recíproco por meio da escuta e da participação e abrem a incorporação de novas vozes, ideias e participantes de campanha.

Toda campanha tem uma estratégia

A estratégia é o filtro que determina todas as nossas ações durante a campanha, pois ela alinha os esforços das equipes. Por isso, é importante que todos os colaboradores tenham conhecimento pleno sobre ela, que obedece aos objetivos políticos da campanha.

Não é um slogan, nem um número de votos que precisamos conquistar. Mas, sim, uma sintetização do posicionamento esperado. Essa é a estratégia.

Quem elabora uma estratégia eleitoral deve levar em conta as seguintes informações:

  • A regulamentação legal vigente – gastos eleitorais, períodos de campanha, registro de candidatura e o sistema eleitoral que define a eleição em questão.
  • Análise eleitoral – Quantos votos preciso para ganhar ou cumprir os objetivos políticos da campanha? Onde encontro esses votos?
  • Informações sobre adversários – Descobrir quem são, quais são suas carreiras e com que valores e ações as pessoas os identificam.
  • Informações sobre o eleitor – Por meio de métodos quantitativos, qualitativos e pesquisas, como grupos focais ou entrevistas em profundidade.
  • Informações sobre o território – Suas organizações, sua história e mapa de atores.

Após a realização dessa coleta de informações, existem outros insumos estratégicos que devem informar as decisões, como realizar dinâmicas de grupo para definir para quê, como, onde e como queremos que os outros nos vejam; como veem nosso oponente; e como é o quadro que queremos projetar.

É importante salientar que não importa apenas o resultado do exercício, mas, também, o processo de discussão e conversação do mesmo. Este exercício permite nivelar expectativas e contrastar visões da equipe de campanha, além de agregar outros elementos muito mais ricos.

Sobre a autora: Javiera Martínez é Engenheira Civil Industrial pela PUC, Mestre em Ciência Política pela New York University. Tem experiência em campanhas e desenhos eleitorais. Entre elas estão as campanhas universitárias, a do deputado Giorgio Jackson (2013), a Revolução Democrática (2016-2017) e assessoria em outras campanhas eleitorais.
 

 

Im.pulsa

Plataforma aberta e gratuita para inspirar, treinar e conectar mulheres, auxiliando-as a superar desafios políticos e produzir campanhas vencedoras. Oferece formação política para mulheres por meio de produtos práticos com linguagem acessível e afetiva. A Im.pulsa é feita por e para mulheres.